Embora estarmos assistindo a cada dia mais e mais mulheres pardas ou pretas darem um novo impulso rumo ao protagonismo de suas vidas e carreiras profissionais, a ascensão coletiva em nossa sociedade não depende apenas da capacidade de superar as desigualdades, mas de vencer o preconceito, a invisibilidade e seus desdobramentos.
Preta, lutadora, por profissão técnica de saúde comunitária, por vocação é política e antes de tudo mulher. Essa é Bernadete Senna, vereadora suplente e mulher mais votada nas últimas eleições pelo Solidariedade, na Cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. “Não é nosso tom de pele, não é a nossa cor que nos define. O que nos define é nosso trabalho, nosso caráter, nossa luta”, define.
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Mesmo assim encontrando dificuldade em todo caminho, Bernadete exemplifica: “Sou assistente social e minha colega, branca, também o é, logo a possibilidade de ela ganhar mais é infinitamente maior. E esse cenário não se restringe apenas às desigualdades salariais, mas é reproduzido na pouca representatividade política e nos índices de violência, já que as mulheres pardas ou negras lideram as trágicas estatísticas de homicídios.
“Nosso caminho é a educação, estamos abrindo muitas portas através do conhecimento. Minha família é feita de pretos, brancos, índios e todos sabem da importância de cada um desses povos na construção do mundo que vivemos. Apesar de ainda convivermos com práticas reprováveis, a pauta precisa avançar e precisamos construir um legado para a história do ativismo político, racial e social e foi no Solidariedade, através do Lidera+, formação oferecida pela Fundação 1º de Maio, que descobri que juntas podemos abrir novos caminhos”, concluiu.
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